quinta-feira, 24 de junho de 2010

Carterinha da Classe Teatral Guarulhense


Abertura
A cerimônia de abertura do encontro será no Teatro Adamastor Centro, no dia 16 de julho, às 19 horas, com o lançamento da “Carteirinha da Classe Teatral”, que dará direito a descontos na entrada de espetáculos exibidos nos teatros municipais da cidade, bem como a oportunidade de retirar ingressos antecipadamente no caso de peças gratuitas. O cadastramento dos artistas será feito somente durante o lançamento da carteirinha. Na oportunidade, os artistas deverão apresentar comprovante de endereço, DRT ou documento que comprove o estudo na linguagem artística de teatro.
Mais uma vez nossa secretaria de cultura demonstra não ter conhecimento na área cultural e artística, querer que os artistas da cidade façam uma carteirinha que dá desconto em espetáculos locais “produções que na sua maioria pouco interessam para grupos que realmente tem um trabalho de pesquisa” é realmente a “invenção da roda”, pois os grupos se conhecem e tem que existir ética sobre descontos. Essa carteirinha vai dar desconto na hora de pegar o ônibus para ensaiar ou sair de casa para uma apresentação? Vai ajudar na alimentação? Vai auxiliar em descontos nas escolas de teatro de fora? , já que os artistas não possuem uma escola de nível técnico ou superior para estudarem aqui na cidade de Guarulhos. O artista como um trabalhador tem suas despesas e não é um desconto em um espetáculo que vem de fora que vai arcar com as necessidades dos grupos de manter o fazer teatral com profissionalismo na cidade. Ao invés de gastar energia com essa carteirinha porque não trás um projeto com a volta da escola VIVA de artes cênicas ou uma bolsa auxilio aos artistas locais, analisando o conservatório e a secretaria de cultura não é a toa que os trabalhos do conservatório municipal têm êxitos melhores, tem uma administração melhor e que entende o que faz não uma pessoa que está só porque não quer ficar de fora das honrarias políticas partidárias.
POLITICAR-Tom Zé.
Bis Filha da prática
Filha da tática
Filha da máquina
Essa gruta sem-vergonha
Na entranha
Não estranha nada
Meta sua grandeza
No Banco da esquina
Vá tomar no Verbo
Seu filho da letra
Meta sua usura
Na multinacional
Vá tomar na virgem
Seu filho da cruz.
Meta sua moral
Regras e regulamentos
Escritórios e gravatas
Sua sessão solene.
Pegue, junte tudo
Passe vaselina
Enfie, soque, meta
No tanque de gasolina.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Protesto

Dia 25/05/2010 a Heidy e eu fomos no adamastor falar com a Marli na secretaria de Educação sobre o nosso espaço de ensaio, que eles queriam cancelar, fomos esclarecer, ela falou que teria que tirar nosso ensaio ou mudalo para de manha por causa da limpeza do espaço, estava ficando tarde pro pessoal da limpeza arrumar. ai ela pediu que a gente fala se na secretaria de cultura sobre o espaço. chegamos lá era 10:40 querendo falar desse assunto e do património da cidade que estão querendo destombar perguntar qual era posição da cultura em relação a isso. Mas como o sr. Marks Oliveira é um "artista"-secretario adj muito preocupado não tinha agenda pra nos atender os interesses deles da secretaria em geral são eventos realizados pela secretaria ou assuntos pessoais, então protagonizamos grandes monólogos enquanto esperávamos lá, (alguns dias antes fomos tirar nossas duvidas como grupo de teatro marquei na agenda para as 17H depois de esperar 1H chega um representante politico se intitulando "doutor" fulano de tal e foi passado a nossa frente sem ter marcado horário. o mesmo "doutor" disse que não tinha que marcar). a secretaria de cultura esta sendo usada para escritório politico e artistas são tratados com desrespeito. continuando o dia 25/05/10 fomos atendidos as 15:15 e o "ARTISTA" Marks oliveira jogando em nossa cara que estava fazendo um favor para a gente porque estava atendendo a nos sem agenda, a gente está a quase dois anos estudando e pesquisando usando uma sala do adamastor e ele tem a coragem de dizer que estamos usando um espaço publico e fez uma insinuação que "já estava na hora de sair" para dar espaço para outros. nos falamos que a gente não podia sair do adamastor porque é o mais próximo de onde todos nos moramos ele satirizou falando que tem a biblioteca Monteiro Lobato que da pra ir a pé. falou que nos estamos só pensando nos nossos interesses e não pensamos em um colectivo. Jogou na nossa cara que se não fosse ele estaríamos ensaiando no bosque maia e depois se contra disse que ficou sabendo que estávamos ensaiando no adamastor quando me viu lá esperando o pessoal pra ensaiar dias antes do (funcultura). a partir dai resolvemos nos posicionar publicamente sobre esse EXECUTIVO DE INTERESSE PRÓPRIO. para os artistas que estão desacreditados da politica não perca as esperanças porque só lutando vamos conseguir buscar nosso lugar ao sol, dignidade, sabedoria sem perder a veia artística.... queremos mais respeito aos artistas e queremos pessoas com capacidade em arte geral e cultura não politiqueiro que usam artistas com interesse!


"Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la."

Bertolt Brecht


A Trupe de Bacantes vem a público responder o secretário de cultura adjunto Marks Oliveira.
A Trupe de Bacantes é um grupo de pesquisa que está desenvolvendo sua linguagem quase há dois anos na cidade, com espetáculos de cunho social e elaborando projetos a comunidade. Queremos deixar claro que NUNCA dependemos da Secretaria de Cultura para suas realizações. O fato de a Trupe ter um espaço de ensaio no (Centro Educacional Adamastor Centro) foi conquistado por méritos próprios junto à secretaria de Educação, porque a secretaria de Cultura não existe!!! Pelo menos não na prática, por fim, Cultura: “poder executivo”, ou seja, O QUE EXECUTA, mais o que estão executando? NADA.
Nossa meta é se profissionalizar como cia e cidadões mesmo com todos os desafios impostos pela má administração cultural da cidade de Guarulhos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bertolt Brecht


Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.

Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. Sua praxis é uma síntese dos experimentos teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917-1926. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.

Biografia
Nascido no Estado Livre da Baviera, extremo sul da Alemanha, Brecht estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Filho de Berthold Brecht, que era diretor de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing (em solteira), protestante, que fez seu filho ser batizado nesta igreja.

Suas primeiras peças foram encenadas na vizinha Munique. Baal (1918/1926) e Tambores na Noite (Trommeln in der Nacht) (1918-1920)). Em sua participação no teatro Brecht conhece o diretor de teatro e cinema Erich Engel com quem veio a trabalhar até o fim da sua vida.

Depois da primeira grande guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalha inicialmente com Erwin Piscator, famoso por suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projeções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.

O Nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética.

Com a eleição de Hitler, em 1933, Brecht exila-se primeiro na Áustria, depois Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz em 1954.

Seus textos e montagens o fizeram conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais deste século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de conscientização e politização.

Obra
As suas principais influências foram Constantin Stanislavski, Vsevolod Emilevitch Meyerhold, Erwin Piscator e Viktor Chklovski.

Algumas de suas principais obras são: Um Homem É um Homem, em que cresce a idéia do homem como um ser transformável, Mãe Coragem e Seus Filhos, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial, e A Vida de Galileu. Afirma Bernard Dort a respeito deste último:

… Galileu foi escrita, pelo menos originalmente, para servir de exemplo e de conselho aos sábios alemães tentados a abdicar seu saber nas mãos dos chefes nazistas.

Além dessas, escreveu também Seu Puntila e seu Criado Matti, A Resistível Ascensão de Arturo Ui, O Círculo de Giz Caucasiano, A Boa Alma de Setzuan, A Santa Joana dos matadouros e A Ópera dos Três Vinténs.

Teatro Épico
Não é simples falar sobre o conceito que Brecht tinha do teatro, apesar de ao longo de 30 anos haver escrito ensaios e comentários sobre este tema. Este autor era mais um pensador prático, que sempre recriava suas peças ou "experimentos sociológicos", como as preferia chamar, no intuito de aperfeiçoá-las. Pois era através delas que toda sua teoria, crítica e pensamento seriam expostos.

Além de dramaturgo e diretor, Brecht foi responsável por aprofundar o método de interpretação do teatro épico, uma das grandes teorias de interpretação do século xx. Uma das grandes influências no desenvolvimento desta forma de interpretação foi a arte do ator Mei Lan-Fang, que Brecht acompanhou numa representação em Moscou em 1935.

Descreve Brecht em Escritos sobre Teatro um relato deste ator chinês que informa muito sobre a forma de interpretação no teatro épico, ao representar papéis femininos. Mei Lan-Fang repetira várias vezes numa palestra, por seu tradutor, que ele representava personagens femininos em cena, mas que não era imitador de mulheres. Continua Brecht, descrevendo uma demonstração das técnicas deste ator num encontro, que este ator, de terno, executava certos movimentos femininos, ressaltando sempre a presença de duas personagens, um que apresentava e outro que era apresentado. Brecht sublinha que o ator chinês não pretendia andar e chorar como uma mulher, mas como uma determinada mulher (pg40, vol2).

Interpretação épica
Segundo Rosenfeld, "Foi desde 1926 que Brecht começou a falar de ‘teatro épico’, depois de pôr de lado o termo ‘drama épico’, visto que o cunho narrativo da sua obra sòmente se completa no palco" (ROSENLD, 1965, p. 146), é possível inferir, portanto, a importância que a encenação tem para os textos brechtianos. É só através da atitude dos atores, do cenário, da música, dos sons e até do silêncio que seu pensamento se completa, só através destes elementos que seu texto causará o efeito desejado, caso o contrário seu não causará o impacto devido.

No início de sua carreira Brecht estabelece os elementos de uma nova forma de interpretação para o ator. Em, a propósito dos critérios de apreciação da arte dramática, defende o ator Peter Lore de críticas negativas dizendo que uma interpretação gestual levará o público a exercer uma operação crítica do comportamento humano. Afirma que cada palavra deve encontrar um significado visual e através do gesto o espectador pode compreender as alternativas da cena (Peixoto, 1974, 2. edição, pg; 68).

Peixoto descreve que para Brecht a interpretação gestual deve muito ao cinema mudo, principalmente a Chaplin, que elaborara uma nova forma de figuração do pensamento humano (Peixoto, 1974, 2. edicão, pg; 68). Esta preocupação levará a que Brecht defina o conceito de gestus na interpretação e montagem de suas peças.

Influências
Conforme destaca Fredric Jameson, em seu Método Brecht, algumas das inovações propostas pela cena brechtiana são similares àquelas propostas por importantes artistas modernistas no teatro ou em outras artes. Destacam-se entre eles a dramaturgia de Frank Wedekind, influência reconhecida pelo próprio Brecht, o romance Ulysses de James Joyce, as propostas cubo-futuristas de Maiakovski, ou construtivistas no cinema de Sergei Eisenstein e, principalmente, os postulados do diretor de teatro Meyerhold e os procedimentos de colagem nos trabalhos de Picasso.

Willet, por outro lado, reforça o aspecto da construção narrativa em seu trabalho: Com Brecht os mesmos princípios de montagem espalham-se ao teatro pois a forma narrativa do teatro épico seria mais adequada para se lidar com temas sócio-econômicos, evidenciando Willet que a montagem foi a técnica estrutural mais natural na prática artística brechtiana (1978, 110).

Referências
Brecht, Bertolt. Escritos sobre el Teatro. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión. 3 vols. 1970, 1973, 1976.
Willet, John. O Teatro de Brecht. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
Peixoto, Fernando. Brecht Vida e Obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974. 2a. Edição.
Garcia, Silvana. As Trombetas de Jericó. Tese de doutorado. Eca/USP. 1997.
Jameson, Frederic. Método Brecht São Paulo, Vozes, 1999. ISBN 8532622984
Brecht e o Estranhamento no Teatro Chines - texto de Huang Zuolin in Brecht and East Asian Theatre

Livros e artigos
artigo de Eduardo Luiz Viveiros de Freitas em Dossiê Brecht - Brecht. Teatro, estética e política 2005 (em português)
Anatol Rosenfeld. O Teatro Épico. SP: Editôra Perspectiva, 1985.
Bertolt Brecht. Escritos sobre Teatro. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión. 3 vols. 1970, 1973, 1976.
Gerd Bornheim. Brecht a Estética do Teatro. Rio de Janeiro: Graal, 1992.

domingo, 23 de maio de 2010

E agora, Brecht?


A historia é sobre duas mulheres (Natella e Grucha) que disputam a guarda de uma criança (Miguel) e alegam que são as mães verdadeiras. A historia é levada ao Juiz (Azdak) do reinado para decidir qual daquelas mulheres seria a mãe verdadeira.

Intervensão Urbana



A trupe de Bacantes fez sua primeira apresentação na rua empleno calçadão da Dom Pedro II em guarulhos, Cheios de energia a apresentação foi viceral!

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Trupe

A primeira apresentação da trupe ao publico foi na rua, com intervenções urbanas e cenas performaticas.
"Foi a partir dela que a trupe iniciou a montagem com pesquisas sobre Bertold Brecht e o teatro épico." disse o Diretor Everton Lampe

E agora, Brecht?

Hein?
É o que pergunta a Trupe de Bacantes, juveníssimo grupo da Cidade de Guarulhos que já caminha em meio a pesquisas teatrais de bom gosto.

O espetáculo é um desenvolvimento a partir do texto O Círculo de Giz Caucasiano de Bertold Brecht. De acordo com o diretor Everton Lampe basicamente, a pesquisa desenvolvida na montagem e criação do espetáculo, envolve o teatro épico de Brecht, em si e a dialética. O brincante que voz fala assistiu ao ensaio aberto da trupe há cerca de três semanas antes da estréia. Posso dizer que a trupe caminha bem na descoberta de sua própria opinião, da opinião do grupo e de sua personalidade, em confronto com o texto e suas correlações com a atualidade brasileira.

As sutis quebras de personagens, quarta parede, acontecem mais na voz de Tamara Mayumi, que representa Grucha e tem um tom bem bacana e cômico assim como certo momento em que a narradora representada por Heidy faz piada com a platéia. E foi nesses momentos que o espetáculo começou a trazer a platéia pra si, como se propõe a manifestação teatral épica, e talvez aí esteja a ligação necessária, que traga mais vida e um certo sentido popular a peça que automaticamente, a partir do texto incita o público a opinar a respeito do julgamento que acontece em cena, o garoto fica com a mãe biológica ou com a mãe de criação?
A cumplicidade dos atores com o público, sendo mais sincera e simples teria um toque especial no espetáculo, a estréia deve ser causa de uma certa tensão (no melhor sentido da palavra) evidente no texto dos atores.

O paralelo traçado entre o caso em cena e crimes atuais foram expostos de uma maneira que, lhes confesso, me incomodou, não no sentido teatral, mas na vida realmente. Viril. Os fatos contados nos fazem ver o quanto coisas tenebrosas acontecem ao nosso lado e nem vemos. Se na Alemanha e nos tempos de Brecht as coisas não iam muito bem, hoje ainda temos de nos perguntar: E agora, Brecht?

Um caminho já bem bacana, dá-lhe Bacantes!

Analise feita por: Felipe Cirilo
http://palcodebrincadeiras.blogspot.com/